sábado, 9 de fevereiro de 2008

Revelação

As paredes eram frias, de um azul acinzentado, o salão muito grande e pouco acolhedor, era dividido ao meio, o balcão seguia ao longo como uma imensa muralha que isolava os humanos, deles. Naquela hora a repartição ainda não abrira ao público. Aos poucos, um a um, iam tomando seu lugar, em mesas gélidas e cheias de burocracia. A porta abriu, subitamente aquela figura exótica invadiu o salão principal. A roupa já surrada era bem maior que seu tamanho, trazia um alfinete, desses antigos, do tempo em que as fraudas eram de pano, apertando-lhe o cós, enquanto as pernas da calça, esfoladas e encardidas, arrastavam pelo chão...

21/11/2006

Um comentário:

Carmen Cordeiro disse...

Tm muito mais de onde veio esse!!!!!